quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Reinos






















Ouve-se um grito na escuridão e alguém cai. A precipitação causada pela precipitação convence que a rapidez vai evitar a tragédia consomada. E então afigura-se a ilusão de uma salvação inglória de quem já se desvanece com as gotas da chuva. Ingenuamente mas principalmente inconscientemente, em vão traça-se o labirinto. O caminho disforme, conforme as perspectivas, mas sinuoso, sem dúvida de uma situação irreversível. Tudo se adjectiva de negro, o escuro, preto marcante por mostrar só a confusão da incógnita do desenrolar desta água que se abate sobre a terra sedenta. Tudo isso se desflora compassivamente, desencadeia, um, dois, três minutos, horas e a vida a escorrer pelos vidros que batem fortemente em consonância com as gotas daquele coração. Vai continuar a retumbar? A pairar? Vai rasgar? Ninguém sabe e só depende da força que se impele para se contrariar a vontade a que se tem de sucumbir e deixar ir... Ainda assim, quando menos se espera eis que a luz se funde no mar de água, enrola e desenrola os novelos que se aglomeraram ocultando a sombra já desvirtuosa que se ergue! O momento proclamou a viragem, a aposta e a resposta negativa a uma tentativa de perder a chave do novo mundo! E agora abre-se, para quando...

1 fragmento(s) de riso:

André jesus disse...

Genial. Demais para mim.